Mas significados a parte, pude notar ao ler o texto, que realmente, a nossa juventude, adquiriu diversos tipos de saudade, que levam a responder alguns tipos de problemas adquiridos. E eu escolhi duas em especial, que é a saudade do que não viveu e a saudade do recente.
Isso mesmo, quem aqui, nunca pensou ou falou que queria viver na época de seus pais, onde tudo era mais tranquilo, sem tanta violência. Nós ouvimos nossos pais, tios e até avós comentando, que na juventude, eles iam e voltava de bailes de carnaval, aqueles com máscaras e tudo, a pé, de madrugada, sem nenhum perigo à correr, tinham turmas de amigos onde todos se respeitavam, e a brincadeira era o lema - que saudade desse tempo que não chegou até nós-. Ai você me pergunta, mas não existia drogas ou brigas? Sim. Claro, isso tudo não é de agora. Mas quem se metia com essas porcarias, era simplesmente taxado de otário, de idiota, as meninas não se sentiam atraídas por menininhos que se diziam descolados dessa maneira - o descolado era quem tinha uma lambreta - e hoje, o mundo está tão conturbado, que drogas, brigas, violência, preconceito, virou sinônimo de Gente Bacana!- Que pouca vergonha esse mundo!
Agora eu me pergunto, por que tudo isso mudou? O mundo perdeu o freio, os limites. Naquele tempo, os pais podiam não saber em exato onde os filhos estavam, mas ficavam tranquilos. Hoje, os pais sabem onde eles se encontram, e por isso, não dormem direito à noite.
O mundo se tornou um lugar onde passar por ele virou uma aventura, de filme de terror, e não como antes de filme de comédia romântica, onde tudo era bonito e terminava BEM no fim!
E entrando no segundo tipo, a saudade do recente, me pergunto, é melhor ter saudade do que se viveu?-Sim! Mas nossa realidade de jovens, termina tendo saudade de tudo, muito rápido. Tudo é descartavél, tudo é passageiro, seja uma marca de roupa ou de eletroeletronico, ou um sentimento, um momento da vida. É só olhar, por exemplo, como os modelos de carro mudam. Nossos pais tem o orgulho de dizer que sentem saudades do Opala, Jaguar, Sinca, Rural. E hoje? quantos de nos podemos dizer uma marca certa de carro, do qual sentimos saudades? Simplesmente as coisas passaram a ser descartáveis, passaram a não ser muito importantes na nossa vida, por que tudo passa, tudo é substituivél.
Vamos lá, já expliquei os sentidos desses tipos de saudade. Então me digam? Será que não é por isso, por tudo ser substituído, por tudo deixar de ser importante, e dos jovens não terem vivido momentos bons, que hoje eles se fecham em seus mundos e vivem sem dar muita atenção ao outro? Sem dar muita atenção ao que o cerca?
Nossa juventude é assim. Tem saudade, e sabe o que foi e é bom, mas aprendeu a não dar valor. E vivem em mundos fechados na sua própria vidinha, onde tudo o que importa é satisfazer seus próprios desejos.
Garanto a vocês, na época de meus pais, o casamento por exemplo, não era a instituição falida, que muitos consideram hoje. Ele passou a ser, pelo decorrer das coisas, das pessoas viverem olhando simplesmente para o seu próprio umbigo. Quero dizer com tudo isso, que se os jovens, reconhecessem que, o que foi bom, pode voltar a ser, entenderiam os limites necessários a vida, as morais, os conceitos, os paradigmas.
Nada na vida funciona sem limites, e se nos, de um jeito ou de outro, temos saudades pelo que não foi vivido por nós. Garanto que nossa natureza humana, sente e clama por limites!
Por. Irene Cavalcante